Gravidez na 10ª semana: o seu peito vai aumentar

Pode realizar a biópsia de vilo corial neste momento

A partir da 10ª semana de gravidez já é possível calcular  o peso do bebé, que agora rondará os 5 gramas. Poderá ter engordado cerca de 2 quilos nas primeiras semanas, e ter especialmente um maior aumento no seu peito. As emoções vêm e vão como uma montanha russa hormonal.

10ª Semana­­­­­­­­­­­­ de gravidez: alterações no bebé


  • O comprimento do embrião é de 3 a 4 centímetros e o peso de cerca de 5 gramas. A partir da 10ª semana de gravidez podemos determinar o peso do embrião; nas semanas anteriores o embrião é muito pequeno para diferenciar o peso. 

  • O embrião tem cada vez mais forma humana e distinguem-se os braços e os antebraços, bem como as mãos que se abrem e fecham e estão à altura da boca. 

  • O rosto é mais arredondado. Os olhos permanecem fechados e a boca abre e fecha. 

  • A mineralização dos ossos progride intensamente, especialmente no crânio.

Ecografia semana 10 de embarazo

Ecografia 3D de uma gravidez com 10 semanas

10ª Semana­­­­­­­­­­­­ de gravidez: alterações na mãe


 

Já começa a notar alterações na barriga. É provável que na 10ª semana tenha ganho mais de 2 quilos. O ideal é engordar entre quilo a quilo e meio por mês. É importante lembrar que a gravidez não é o momento de fazer dieta nem regimes especiais.

Emocionalmente encontra-se diferente: chora com muita facilidade e comove-se com coisas ou acontecimentos que antes a deixavam indiferente: está mais sensível.

As mamas aumentaram de tamanho. Os seus sutiãs normais incomodam-na, é hora de começar a usar um modelo especial para grávidas.

Se continuar com náuseas e vómitos pode tomar medicamentos para atenuar a situação com o doxilamina, piridoxina ou antieméticos com metoclopramida ou ondansetrn.

É verdade que as náuseas podem alterar bastante a sua qualidade de vida, diminuindo a atenção à família, ao seu lar e produzindo absentismo laboral.

Como lidar com os vómitos persistentes

Se tem vómitos persistentes com jejum prolongado devido à impossibilidade de ingerir qualquer alimento sólido ou líquido ou nota que perdeu peso (5% desde o início da gravidez), provavelmente a situação está a complicar-se e poderá vir a desenvolver uma hiperémia gravídica. É o extremo mais grave do espectro de náuseas e vómitos na gravidez. Muitas vezes requer o internamento hospitalar para uma reposição hidroelectrolítica endovenosa. É verdade que as náuseas não estão relacionadas com abortos ou malformações fetais. No entanto, a hiperemese gravídica tem sido associada a um aumento de baixo peso em recém-nascidos, com um percentil inferior a 10.

10ª Semana­­­­­­­­­­­­ de gravidez: diagnósticos

Ecografia da 10ª semana

A ecografia da 10ª semana mostra um embrião com os braços e as pernas, embora seja mais difícil identificar mãos e pés. Observa-se a cabeça com as estruturas intracranianas e o coração bate muito rápido (entre 120 e 160 batimentos por minuto). Ainda tem a hérnia fisiológica umbilical que vimos nos exames anteriores. Com o estudo Doppler pode distinguir a circulação sanguínea fetal.

Como funciona o teste de deteção do DNA fetal no sangue materno

A partir desta semana pode fazer um exame de sangue para detetar alterações genéticas no seu bebé. Chama-se teste genético Pré-Natal. Este teste de rastreio calcula o risco para as três trissomias mais frequentes: trissomia 13 ou síndrome de Patau, trissomia 18 ou síndrome de Edwards e trissomia 21 ou síndrome de Down. Também diagnostica o sexo do feto. As vantagens desta técnica é que tem uma taxa de deteção muito alta (cerca de 99%), maior do que o rastreio combinado, e que não tem riscos para a mãe nem para o feto de testes como a biópsia das vilosidades coriónicas ou a amniocentese, pois são testes de diagnóstico invasivos.

Teste de deteção do DNA fetal no sangue materno: o que deve saber antes de fazer o teste

Importa saber que este teste não fornece informações sobre outras anomalias cromossómicas mais raras. Se a ecografia da 11ª-13ª semana mostrar uma translucência da nuca aumentada (mais de 3,5 mm) ou anomalias fetais major, o risco de alterações nos cromossomas pode ser elevado e, portanto, recomenda-se a realização de um procedimento invasivo como uma biópsia das vilosidades coriónicas ou uma amniocentese um pouco mais tarde.

Este teste também não fornece informações sobre anomalias estruturais ou de crescimento. Por isso, não exclui que o bebé possa ter uma malformação fetal como uma cardiopatia congénita. Logo, é aconselhável realizar as ecografias do segundo e terceiro trimestre de acordo com o protocolo de vigilância da gravidez.

Este teste pode ser realizado em mulheres grávidas de um único feto e a partir das 10 semanas de gestação. Existem situações especiais que exigem uma avaliação individual:

  • Obesidade (elevado índice de massa corporal): Tecnicamente pode ser realizada, mas tem demonstrado uma maior possibilidade de não obtermos resultados por falta de material genético suficiente do feto para a sua análise.

  • Gestação gemelar: A evidência científica do rastreio de aneuploidias com DNA livre circulante na gestação gemelar bicoriónica (com duas placentas) é limitada; a deteção para trissomia 21 parece ser menor comparativamente a gravidezes únicas, e com mais erros nos resultados (0.25% dos casos). É associado a uma maior taxa de casos sem resultado.

O teste de DNA no sangue fetal é contraindicado nestas situações:

  • Gestação tripla ou superior

  • Gémeo desaparecido – Vanishing twin (gravidez gémea em que um dos gémeos não se desenvolve)

Deve saber que este teste é financiado apenas em alguns hospitais públicos e é indicado quando há um risco intermédio no rastreio combinado (entre 1/250 e 1/1000).

Se o teste indica que há um alto risco de trissomia, a probabilidade de que o resultado seja verdadeiro é alto, cerca de 80% (maior para a trissomia 21 e 18 e menor para a trissomia 13), mas é variável e depende de vários fatores. Por isso, é sempre necessário confirmar este resultado com um teste invasivo (biópsia das vilosidades coriónicas ou amniocentese).

Se o teste indica baixo risco de trissomia, é extremamente improvável que o feto esteja afetado (mas não impossível) já que deteta mais de 99% dos casos de trissomia 21, 98% dos casos de trissomia 18 e 91% de trissomia 13.

O resultado do teste geralmente está disponível entre 5 a 15 dias, dependendo da técnica e do tipo de teste comercial utilizado.

Dra. María de la Calle Fernández-Miranda
Chefe da Seção de Obstetrícia e Obstetrícia Médica de Alto Risco do Serviço de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital La Paz (Madri)